quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O TRÁFICO DENTRO DO TRÁFICO



Um artigo muito interessante da Revista de História da USP, publicado em 1989, que é uma versão de parte do Capítulo II ("The slave market in nineteenth-century Rio de Janeiro") da tese de doutoramento defendida em janeiro de 1988 no University College of London (Inglaterra), sob o título Urban slavery in nineteenth-century Rio de Janeiro de Luiz Carlos Soares, que fala sobre a documentação policial da Côrte na primeira metade do século passado evidência a frequência de um comércio ilícito de escravos roubados e revendidos para as províncias vizinhas. Delineia-se a par do tráfico internacional de contrabando, um comércio marginal a preços bem menores, controlados cm sua maioria por ciganos e seus intermediários. Também envolvia capitães de mato ou quadrilhas muito bem organizadas. Era um meio de fornecer mão-de-obra mais barata a pequenos proprietários. Por vezes este comércio envolvia libertos em alforria condicional, evidenciando uma circulação clandestina de parentes escravos. Abaixo link para leitura.






A pintura a cima é do pintor Jean Baptiste Debret (1768-1848). Ela retrata o mercado de escravos (nome também da obra). Ao chegar em terras brasileiras,os escravos, eram vendidos como mão de obra aos seus senhores que os acomodavam em senzalas, nas fazendas de engenho.

Escravos vindos da África. Separados de suas famílias, apenas com meio de aumentar o lucro da balança comercial da metrópole portuguesa. Eles trabalhavam cerca de quatorze horas por dia e, muitas vezes, recebiam apenas uma refeição composta de feijão, milho e farinha de mandioca Em nosso território, muitos foram forçados a trabalhar até a morte, depois substituto. Em 1591 o Brasil (escravos) produziam 378 mil arrobas de açúcar em 1624 (33 anos depois) esse número passou para 960 mil arrobas , um crescimento de 582 mil arrobas, ou seja, 254% a mais que em 3 décadas atrás. E esses escravos, quando contabilizados, no balanço, entravam nas finanças dos senhores de engenho como despesas.